Heavy Metal e a juventude brasileira

08:05

Escrito por Daniel Márcio

As bandas de garagem que ainda insistem em tocar e curtir o som

Uma banda de Heavy Metal que toca no bairro de Pirituba, Zona Oeste de São Paulo, já na estrada há pouco mais de 3 anos, está prestes a lançar o primeiro CD oficial, é uma de muitas bandas do gênero que vêm no metal uma maneira bacana de mostrar o que pensam, e de fazerem muito “barulho”.
False Astronomy é uma dessas bandas de garagem, onde seus componentes são jovens estudantes, também exercem suas profissões e que curtem o som pesado sem nenhum constrangimento.
Douglas, o guitarrista da banda bateu um papo conosco e de maneira bem informal disse o que a False Astronomy vem fazendo nesse pouco tempo no circuito musical.

Foto: Daniel Márcio - Cada corda, cada dedilhar traz
seu  som único, desde sua criação na década de 30.
Daniel: Qual o nome da banda, dos seus componentes e quanto tempo de estrada?
Douglas: False Astronomy. Gabriel Monetti (Vocal), Gabriel Silva (Guitarra Solo), Douglas (Guitarra Base), Arthur (Baixo), Felipe (Bateria). A banda existe desde o começo de 2013 se não me engano, mas eu entrei só em abril de 2014.

Daniel: Qual instrumento você toca na banda?
Douglas: Guitarra.

Daniel: Qual faixa etária dos componentes da band?
Douglas: Entre 24 e 20 anos.

Daniel: Porque o interesse no Heavy Metal?
Douglas: Música pesada é legal, dá pra extravasar, é um estilo de som que todos da banda curtem, tem mais a ver com o interesse musical de todos.

Daniel: Você espelham-se em alguma outra banda ou outras bandas?
Douglas: Sim. Bandas de metalcore como Parkway Drive (Austrália) e Fit For a King (Estados Unidos), bandas nacionais podemos citar Moana (Americana – SP).

Daniel:Fale-me um pouco sobre a ideologia das letras.
Douglas: Algumas letras são motivacionais, dizendo pra correr atrás dos objetivos sem desanimar e tal... Outras mais explosivas que abordam temas como desvio de caráter e coisas do tipo, quem escreve as letras é o vocalista.

Daniel:A composição da canções é discutida entre todos os componentes?
Douglas: O vocalista escreve e mostra para o resto da banda, ajustamos uma coisa ou outra em conjunto, ou na maioria das vezes a letra fica como ele concebe de início.

Daniel: Qual a diferença você enxerga entre o gênero “pesado” da sua banda e o estilo mais “moderado”?
Douglas: Existe uma grande diferença. Posso citar o instrumental, pelo peso e distorção dos instrumentos, e o principal são as letras, pois não se trata de algo comercial ou pop, já vi algumas bandas com letras mais comerciais, mas esse tipo de banda vem diminuindo, pela própria aceitação da mídia que não dá muito espaço. Claro, nem tudo que é mais leve, é pop. É importante lembrar que todos da banda gostam de várias coisas fora do metal, e até mesmo fora do rock.

Daniel: O Heavy Metal ainda está engatinhando no Brasil, acredita que ainda há mais espaço para o som que vocês tocam?
Douglas: Na verdade, fora do Brasil essa indústria do metal funciona muito bem, agora aqui dentro é outra coisa. São poucos que conseguem ganhar a vida assim, ainda mais cantando em português, nossas bandas mais conhecidas cantam em inglês, mas acredito que existe espaço para crescer. Não é algo tão rápido, a internet ajuda muito, ainda mais se pensarmos que esse estilo não tem espaço na televisão e são poucas as rádios que tocam música pesada. Se for comparar ao sertanejo, então é insignificante o espaço. Recentemente tivemos o Rock’n Rio, com um dia só do metal, mas a preferência são as bandas internacionais, e acredito que vai ser sempre assim.

Daniel: Deixe alguma reflexão crítica sobre o estilo Heavy Metal e o momento político do país.
Douglas: Minha banda em particular não tem letras politizadas, mas a música sempre foi uma forma de expressão usada para críticas sociais e abordagens políticas. Vejo muitas bandas com essa proposta e acho válido, abre a cabeça de quem as vezes só quer ouvir um som legal, e acaba enxergando outras coisas a partir de boas letras. Então a música em geral pode ser um ponto de partida, para termos pelo menos subgrupos mais engajada.


Foto de Daniel Márcio -  O som do Heavy Metal vai além das Guitarras, da Bateria, do Baixo, do Berro, está na essência, na roda de bate cabeça. Esse gigantesco movimento iniciou no fim dos anos 60 com Black Sabbath, The Woo, entre outros.  

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